quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A MEUS AMIGOS (queridos)

Héctor

Quando você está
Não há ninguém aqui
Ninguém aqui quando você está

Embora haja alguém aqui
Eu não consigo ver ninguém

Você é o cara mais perdido que conheço
E reconheço que perdido você é mesmo o cara
Além do mais você não é mais meu amigo
Você não está comigo quando preciso de você

Às três horas da manha só você pode ajudar

Mas eu não sei o que é que há
Acho que é seu modo de andar
Você manca de uma perna
E isso me faz pensar

Se isso é um artifício ou se você fez da arte seu ofício
Mesmo assim sei que é difícil
Aceitar alguém como eu - e ainda diria mais
Sei que deve ser difícil aturar alguém como eu

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Nemer

Tratando-se de você
Não posso dizer que se trata de um tratante
A culpa é minha quando você se vai
Pois eu não vou a nenhum lugar

Enquanto você não chegar
A pesar de pesar no orçamento faço
Chegar até você pêsames e meus pesares
Meus pouco-olhares e diversos dizeres

Porque você é especial pra mim
Porque você me faz espairecer o ser
Pois você é o chefe de sua seção
Pois você é o que não há e o senão

E aparentemente é só um cabeludo a mais
Perto do natural
Que naturalmente procurou seu lar
Perto do natural



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Cristiano

E você -
Você é foda
Como falar do que não se vê?
Como não usar o que não passa de moda?

No começo eu te ensinei às duas horas da manhã
Depois foi sua vez às onze horas da manhã
Passar batido sem bater o carro
E nem tirar sarro de quem não fez igual

Atreveria-me a aterrorizar
Seus teclados na mesa de um bar
E faze-los soar
E no meu palco tocar

Hein?!

Você não ouve muito bem
E eu não ligo pro que houve
Da ultima vez foi você, eu sei
Mas ontem sei, fui eu também

E nesse ziguezague e nesse badulaque
E nesse wuaru-wuaru e nesse bate-bate
E nessa lenga-lenga, não se surpreenda
Você não me mantenha, não se contenha

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Lelê

Sei que você não está, mas quando está, está tudo bem
Lá perto do barquinho eu te conheci, lá no bar...
Já fiz canção de você, já fiz canção pra você
Só espero o dia em que eu fizer canção com você

Não posso dizer que não aprecio seus prazeres
Mas se quiseres álcool sou champagne
E se quiseres cerveja sou budweiser
Na delicadeza do usual a sofisticação
- sempre repousa



O clássico é o popular dos amantes
E o popular dos amantes é um clássico!
Classifico como usual o que acontece
Pois o que acontece é o que é usual

Claramente preferes as penumbras
Das luzes todas, só a que necessitas
Do dia, a noite é a melhor parte
Pois partes do princípio dia-e-noite


Agora eu só
Ouço o som
Daquela ausência
- Repentina -
E do seu gosto
A serpentina
- Daquela –
Que alucina

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