quinta-feira, 9 de abril de 2009

14, 15 ou 16 de junho de 2004

Ôba! Português! Uma garrafa de vinho é mais do que suficiente, um som ao lado e música moderna. Caneta e caderno. Passei já todos os números gravados em meu telefone, pensei em enviar mensagens mas ficaram registradas nas não-enviadas. Vinho, o relógio ao lado, a mochila ao lado cheia de papéis e dinheiro! É, dinheiro. 120, 60, 460, sei lá quanto. Isso mostra que não é o que movimenta meu mundo, prefiro a garrafa de vinho barata (nem tanto; R$ 35.00...), mas serve. No momento são quase oito horas e ouço uma música popular insuportável esperando “a hora do Brasil” acabar. Minha amiga Poliana provavelmente já toca seu violão no “Galeria”, o Francesco dá suas aulas, o Lelê trabalha assim como o Cristiano. O Zé Juninho deve estar “namorando gostoso” (!) e o Buruna e o Fabiano casados e com filhos assim como o Bié (vou te comer em pé)... O Nemer está no “Ai que dor!”, o Renatão na aula, o Pitty na sua e os outros amigos sei lá por onde andarão. Fico minha garrafa e eu... Ah! sem esquecer dos forrós do Pará que ouço no momento. Mas esta caneta é ótima, de escrita fina e rápida, ávida por espaços em branco.

Ás vezes me pergunto como estarão os meus; meu pai, Carleba, mamãe y el Christian (que não tem nada com isto) parece que não, mas sinto muito a falta deles. Sinto a falta de Edith e de sua sabedoria quase secular e de Cornélio e de seus “toques” sobre como sustentar o insustentável e, é claro, de seus papos sobre futebol, embora eu não acompanhe os campeonatos do esporte. Aliás gosto cada vez menos, vai ver é porque eu não posso jogá-lo (la del pica’o).

Ah...! Música moderna... adoro! É minha companheira mais fiel – sei que eu não sou – mas é inanimada, não pede nada e não reclama (nem solta as tiras).

Tudo veio em bom tempo, não posso correr, nem nadar, nem dançar, nem... bom, foda-se! (la del pica’o nuevamente) pero puedo escribir... ups! Nem me dei conta e já estava escrevendo em Spanish.

Um amigo meu morreu esta semana, ele caiu da lage (teto) e teve traumatismo craniano, passou uma semana e morreu, anteontem... o mais louco é que ele era completamente doido na direção, no carro. Eu dizia a ele que qualquer dia destes ele morreria no concreto de um poste de iluminação pública. Não conheço nada sobre a vida...

Quase trinta e não sei nada! Pôrra nenhuma! Se soubesse estaria com os vivos. Se eu soubesse estaria com os vivos.

Acho que tudo é uma questão de aceitação. É! de aceitação. Porque não penso que haja uma razão ou algum determinismo que dirija ou conduza a ordem natural das coisas, acho que o caos está espalhado e basta descobrirmos que é tudo uma brincadeira e aceitarmos-na como tal. Rir da vida e do espelho... (...)(acho que é o mais adulto que eu disse desde “Ordem de Santiago 1190”) Voilá! I’m getting drunk and I love it! Over again. It’s just a matter of being (or not) so I am… I am still...

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